segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Projeções Cartográficas (8º ano - 7ª série)


Expectativas de Aprendizagem

1. Projeções Cartográficas
    
    Preciso identificar as formas de representação do mundo. Para tanto, é necessário entender e valorizar a cartografia como instrumento de informação dos fenômenos presentes no espaço geográfico mundial.

Projeções cartográficas:

Cilíndrica, Cônica e  Azimutal

Ao criarem mapas, os cartógrafos têm de enfrentar o desafio de representar a Terra, que é esférica, em uma superfície plana. Para se ter uma ideia da dificuldade de fazer essa transposição - que está sujeita a várias distorções -, no decorrer dos anos surgiram mais de 200 tipos de projeções cartográficas. As três projeções mais conhecidas são a cilíndrica, a cônica e a azimutal.
A representação mais precisa da superfície da Terra é o globo. A representação por meio de mapas, sempre acarretará distorções. Não existem projeções melhores ou piores. Cada uma se adapta a determinadas finalidades. Mas nenhuma resolve o problema da representação da curvatura da Terra numa superfície plana.
Para ser feita, a representação emprega um sistema de projeções cartográficas baseadas em relações matemáticas e geométricas. Apesar dos problemas que todas apresentam, sem essas projeções seria impossível a reprodução plana do globo terrestre.
As três projeções mais usadas são a cilíndrica, a cônica e a azimutal.

Projeção cilíndrica

Esta representação é obtida com a projeção da superfície terrestre, com os paralelos e os meridianos, sobre um cilindro em que o mapa será desenhado. Ao ser desenrolado, apresentará sobre uma superfície plana todas as informações que para ele foram transferidas. Nem todas as projeções cilíndricas são iguais. A projeção cilíndrica conforme conserva a forma dos continentes, direções e ângulos, mas altera a proporção das superfícies, como é o caso da primeira projeção elaborada por Mercator.

Gerard Mercator (1512-1594) desenvolveu seu trabalho, durante as grandes navegações do século 14. Do continente europeu partiram navios para a África, América e Ásia. A projeção é a mais apropriada à navegação marítima e mostra uma visão eurocêntrica do mundo.

O ponto forte da projeção de Mercator é a precisão nas distâncias, sendo usada até hoje. Ocorre que esse modelo privilegia as formas dos continentes, mas distorce as áreas. E essa distorção, que cresce conforme aumenta a latitude, acaba resultando em grandes deformações: a Groenlândia, por exemplo, que tem cerca de 2,8 milhões e quilômetros quadrados, aparece no mapa com quase o mesmo tamanho da África, com seus mais de 30 milhões de quilômetros quadrados.
Ao acusar a projeção de Mercator de ser um instrumento dos países ricos, ao norte, para colonizar as nações menos desenvolvidas, ao sul, o alemão Arno Peters apresentou, em 1973, seu modelo de projeção cartográfica. Peters optou pela proporção entre as áreas, chegando a uma representação em que os países ao sul ganham mais destaque. Resultado? Estava instalada a polêmica, com debates que perduram até hoje entre os partidários da cada modelo.
Com o objetivo de aperfeiçoar as características da projeção de Mercator nas superfícies das regiões de alta latitude, Arthur H. Robinson criou a sua projeção, em 1963.
Com Robinson, os meridianos são colocados em linhas curvas, em forma de elipses que se aproximam quanto mais se afastam da linha do Equador. É a projeção mais usada nos atlas atuais.
A projeção equivalente preserva o tamanho real da superfície representada, mas não mantém as formas, direções e ângulos, como é o caso da projeção de Peters.

O mapa-múndi de Peters valoriza os países subdesenvolvidos, colocando-os em destaque ao representá-los com os seus tamanhos proporcionais. Ele projeta em linguagem cartográfica a idéia de igualdade entre as nações.

O cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das manifestações simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo.
Peters combateu a imagem de superioridade dos países do Norte representada nos planisférios derivados da projeção de Mercator. Seu pressuposto de que todos os países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma fiel a sua área, dá destaque os países subdesenvolvidos.
                                              Para reforçar ainda mais os princípios norteadores da projeção de Peters, alguns cartógrafos inverteram a posição convencional dos mapas.

Projeção cônica

Um cone imaginário em contato com a esfera é a base para a elaboração do mapa. Os meridianos formam uma rede de linhas retas convergentes nos pólos e os paralelos formam círculos concêntricos.
Na projeção cônica, a representação é feita como se um cone envolvesse o planeta e depois fosse planificado. Essa projeção é utilizada para mapas de latitudes médias, pois nessa região a distorção é menor.
Essa projeção é utilizada para representar partes da superfície terrestre, como o trecho de um continente.
  
Na projeção cônica, as distorções próximas ao paralelo de contato com o cone são pequenas e aumentam à medida que as superfícies representadas se distanciam desse paralelo.


Projeção plana ou azimutal

O mapa numa projeção azimutal é construído sobre um plano tangente a um ponto qualquer da esfera terrestre. Este ponto ocupa sempre o centro do mapa.
A projeção azimutal é usada, em geral, para representar as regiões polares e suas proximidades e para localizar um país na posição central, tornando possível o cálculo de sua distância em relação a qualquer ponto da superfície terrestre. O emblema da ONU é uma projeção azimutal.

As deformações são pequenas nas proximidades do ponto de tangência, mas aumentam com o distanciamento deste ponto.
Cláudio Mendonça é professor do Colégio Stockler e autor, para o ensino médio, de "Geografia geral e do Brasil" e "Território e sociedade no mundo globalizado".







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